Câncer de Mama

 Em Sem categoria

Apesar de a maioria das doenças mamárias serem benignas, o câncer de mama se destaca pela sua elevada incidência e mortalidade e pelo impacto do seu tratamento locorregional e sistêmico.

A estimativa mundial aponta o câncer de mama como responsável por 25% dos casos de neoplasia entre as mulheres.

No Brasil, esses números giram em torno de 28%. Estima-se que no biênio (2016-2017), cinquenta e oito mil novos casos serão diagnosticados.

Desconsiderando o câncer de pele não melanoma, a incidência nas mulheres da Região Sul é de 74,3/100 mil habitantes – a mais alta do Brasil. Somente em Santa Catarina, dois mil novos casos são diagnosticados por ano.

De modo geral, a incidência vem aumentando em todas as faixas etárias, tendência observada mundialmente. Especula-se que os principais motivos desse aumento sejam, provavelmente, a mudança do estilo de vida feminino, em particular no que tange aos fatores reprodutivos e ao aumento da expectativa de vida.

A mortalidade devido ao câncer de mama vem caindo nas últimas décadas, especialmente nos países desenvolvidos, graças a melhoria dos métodos de rastreio populacional, que são capazes de diagnosticas lesões cada vez menores e os tratamentos adjuvantes que evitam a proliferação da doença.

Nos países em desenvolvimento e subdesenvolvidos, a taxa de mortalidade continua aumentando. Provavelmente essa tendência decorre do fato de não haver um programa de rastreamento sistemático, e também da constatação de que o acesso ao diagnóstico e ao tratamento em centros de referência é tardio nesses países. Por isso, ainda são freqüentes os casos localmente avançados, o que impacta não somente na mortalidade, mas também implica tratamentos mais agressivos e mutilantes, provocando reflexos significativos no psicológico, na autoimagem e na sexualidade.

Dentre os principais fatores de baixo risco para o câncer de mama, destacam-se: menarca precoce, menopausa tardia, primiparidade tardia (>30 anos), nuliparidade, uso de terapia hormonal na menopausa (estroprogestiva > 5 anos de uso), uso de anticoncepcionais hormonais, etilismo, obesidade na pós menopausa.

As mulheres consideradas de alto risco para o desenvolvimento de câncer de mama têm risco vitalício maior ou igual a 20% (RR > 2,5), e as de risco moderado entre 15 e 20% (RR 1,6 a 2,5).

Dentre os fatores de moderado e alto risco estão: gênero feminino, idade > 55 anos, história familiar positiva para câncer de mama ou ovário (parentes de 1º grau), antecedente pessoal de câncer de mama (na mama contralateral), alta densidade mamária, origem judaica Asquenazi,  irradiação torácica antes dos 30 anos de idade (principalmente na radioterapia em manto para linfoma de Hodgkin), antecedente pessoal de hiperplasia ductal atípica , hiperplasia lobular atípica, neoplasia lobular (carcinoma lobular in situ), portadores de mutação do gente BRCA1 e BRCA2.

RASTREAMENTO MAMÁRIO NA POPULAÇÃO

O rastreamento do câncer de mama é baseado na realização periódica da mamografia em mulheres assintomáticas, visando sua detecção precoce, com o objetivo de reduzir a mortalidade pela doença.

O câncer de mama apresenta uma fase assintomática e a mamografia é capaz de detectá-la. Em mulheres sintomáticas, o exame é considerado diagnóstico.

Atribui-se à disseminação do rastremento mamográfico, associados aos avanços terapêuticos, a redução na mortalidade pelo câncer de mamam observada em alguns países.

A detecção de pequenos tumores assintomáticos possibilita, ainda, um maior número de opções terapêuticas, aumenta as chances de cirurgias conservadoras e reduz a necessidade de quimioterapia.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia e as principais sociedades médicas norte-americanas, pacientes assintomáticas, de baixo risco, devem ser encorajadas a iniciarem o rastreamento mamográfico anual a partir dos 40 anos, seguindo as recomendações da American Cancer Society.

A mamografia não detecta todos os cânceres de mama. A densidade mamária e a idade são importantes preditores da sensibilidade mamográfica que aumenta com a idade e com a redução da densidade mamária.

As limitações da mamografia em relação à sensibilidade motivaram a avaliação da ultrassonografia e a ressonância magnética no rastreamento do câncer de mama, sobretudo em mulheres com mamas densas ou com alto risco para a doença.

A ultrassonografia e a ressonância magnética podem identificar tumores que não são visualizados pela mamografia. Entretanto, não há dados sobre o efeito na mortalidade com o uso adicional da ultrassonografia ou da ressonância magnética no rastreamento do câncer de mama na população geral. Por esta razão, nenhuma sociedade médica recomenda o uso destes métodos de diagnóstico por imagem no rastreamento do câncer de mama na população geral. Apesar disto, a ultrasssografia é frequentemente empregada como complemento da mamografia em nosso meio.

A adequada identificação de pacientes de risco é essencial para que um rastreamento mais intensivo seja instituído. Essa avaliação inclui história familiar (considerando os testes genéticos), história pessoal (biópsia anteriores) e avaliação da densidade mamográfica. Além disso, modelos matemáticos, denominados modelos de avaliação de risco, também podem ser empregados como uma ferramenta auxiliar.

Uma vez estimado o risco, o rastreamento dessa população específica deve incluir outros métodos de imagem, além de intervalos e idade de início díspares da população em geral.

Mulheres com mutação dos genes BRCA1 ou BRCA2, mulheres com parentes de 1º grau com mutação comprovada, e mulheres com risco > 20% ao longo da vida, devem ter seu rastreamento diferenciado.

Essa estratégia diferenciada visa identificar precocemente o câncer de mama ou lesões com potencial de progressão e/ou invasão, com o objetivo principal de impactar na morbidade e mortalidade por essa doença.

DEIXE UM COMENTÁRIO

Outras notícias

R. Cel. Pedro Benedet, 505 - Pio Corrêa, Criciúma - SC, 88801-250

Edifício Millenium - 3º andar, salas 301 e 302

Responsável Técnico: Dr. Erik Paul Winnikow CRM 11249

(48) 3433 - 0406

(48) 99911 - 2422

Entre em contato conosco

Envie suas dúvidas, entraremos em contato.