Classificação histológica e molecular do câncer de mama

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Classificação histológica do câncer de mama

Os carcinomas da mama de origem epitelial são divididos em dois grandes grupos:

  1. carcinoma in situ
  2. carcinoma invasivo

O carcinoma in situ caracteriza-se pela proliferação de células neoplásicas dentro do ductos mamários (DCIS) ou dentro dos lóbulos (LCIS).

Atualmente, 80% dos casos de carcinoma in situ são diagnosticados em exames de mamografia de rotina (rastreamento), sendo a apresentação mais comum a presença de agrupamentos de microcalcificações irregulares.

Este tipo de câncer é o que apresenta as maiores chances de cura, já que não é capaz de gerar metástases para outros órgãos. Além disso, outra boa notícia a respeito dos carcinomas in situ é de que não há necessidade de tratamentos sistêmicos como quimioterapia.

O carcinoma invasivo é aquele em que as células tumorais já ultrapassaram a barreira de células da camada basal e invadem os tecidos adjacentes aos ductos ou lóbulos mamários, e por este motivo podem migrar para linfonodos regionais ou outros órgãos (metástases).

O carcinoma invasivo que se origina nos ductos mamários (ductal), é o tipo histológico mais comum, responsável por aproximadamente 75% dos casos de câncer de mama.

O carcinoma invasivo que se origina nos lóbulos (lobular) representa 5-15% dos carcinomas mamários. Este tipo de carcinoma pode se manifestar de forma única, multifocal (vários focos na mesma mama)  e/ou bilateral (nas duas mamas). Apresenta em geral menor índice de metástases para linfonodos regionais, assim como melhor prognóstico quando comparado ao carcinoma ductal.

O carcinoma inflamatório não é propriamente um tipo histológico, mas sim uma entidade clínica em que um câncer de mama (ductal ou lobular) já está em um estágio clínico localmente avançado gerando os seguintes sinais e sintomas:

– mama avermelhada (eritema)

– aumento de temperatura da mama (calor)

– inchaço (edema)

– pele com aspecto de casca de laranja (peau d’orange)

Outros tipos de câncer de mama de origem epitelial que ocorrem com menor frequência e são denominados de tipo especiais:

  • adenoide cístico
  • adenoescamoso
  • medular
  • mucinoso
  • papilífero
  • tubular
  • metaplásico
  • micropapilar

Existem outros tipos de câncer de mama (ex. sarcomas), que tem origem de tecido não epitelial (ex. musculo, gordura e tecido conjuntivo).

Classificação molecular do câncer de mama

Os tumores de mama são diferentes entre si na sua história natural de desenvolvimento, assim como nas respostas aos tratamentos. No ano de 2000 a revista científica NATURE publicou a pesquisa liderada por Charles Perou que decodificou o DNA de uma série de tumores de mama, classificando-os em três subtipos:

– tumores Luminais (A e B)

– tumores com superexpressão de receptores HER2

– tumores basal-like

Esta classificação em subtipos moleculares permitiu discriminar os diferentes tipos de tumores, personalizar o tratamento e correlacionar o subtipo molecular ao prognóstico.

Os carcinomas luminais correspondem a cerca de 75% dos tumores de mama, e apresentam receptores de estrógeno (RE) e/ou de progesterona (RP) positivos, e o receptor Her2 negativo.

O subtipo luminal A é o mais comum (50 a 60%), e menos agressivo dos tumores invasivos da mama.  Quando descoberto em estágio inicial apresenta índice de cura elevado, e em geral não necessita de quimioterapia, já que os tratamentos hormonais via oral são altamente eficazes nestes casos (Ex. Tamoxifeno, Anastrozol, Letrozol.)

O subtipo luminal B corresponde a 15 a 20% dos carcinomas de mama, e comparado ao Luminal A apresenta maior risco de recorrência. Nestes casos muitas vezes se faz necessário utilizar quimioterápicos para diminuir o risco de recorrência.

O subtipo HER2 recebe este nome porque apresenta na superfície da membrana celular uma grande quantidade de receptores denominados HER2. Uma proteína chamada fator de crescimento epidérmico (EGF) se liga nestes receptores, e esta ligação serve de estímulo para proliferaçãoOs tumores HER2 são sensíveis a quimioterapia e a terapia alvo (ex. Trastuzumabe, Pertuzumabe, Lapatinibe).

O subtipo basal não expressa receptores de estrogênio, progesterona e HER2, e também é conhecido como triplo negativo. É mais comum em mulheres jovens e costuma estar associado a mutação no gene BRCA1. O tratamento sistêmico mais eficaz nestes casos é a quimioterapia. Estes tumores não são sensíveis a hormonioterapia e/ou terapia anti-HER2.

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